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Milho superprecoce: benefícios e cuidados no seu cultivo

Milho superprecoce: veja quais os híbridos superprecoces no mercado, saiba também quais suas vantagens e os cuidados necessários. 

Dentre as aplicações tecnológicas na cultura do milho, está o cultivo de híbridos. Atualmente, em torno de 90% das sementes comercializadas são de milhos híbridos.  

O uso de híbridos permite o cultivo de plantas que apresentam maior uniformidade, por exemplo, na altura de planta e de inserção de espiga, bem como na produtividade. Dentre os híbridos, temos aqueles de ciclo superprecoce. 

O ciclo mais curto traz uma série de benefícios e exige alguns pontos de atenção. Saiba mais sobre todos eles e mais a seguir! 

Ciclo do milho superprecoce: quantos dias são necessários para colheita 

Em geral, o ciclo de um milho superprecoce é de até 110 dias, porém vamos entender melhor sobre isso a seguir. 

O ciclo de desenvolvimento de uma planta de milho é determinado pelo período, em dias, da semeadura até o momento da colheita. Entretanto, a duração do ciclo depende de cada híbrido e das condições ambientais.  

Assim, cada planta apresenta uma precocidade de produção, caracterizado por um período mais curto para atingir o enchimento de grãos, o estádio reprodutivo (maturidade fisiológica) ou uma maior perda de umidade da espiga. 

Veja abaixo os principais ciclos de híbridos de milho e sua a duração em dias (CRUZ et al., 2010; FERREIRA; RESENDE, 2000): 

  • Superprecoce:  entre 110 e 120 dias;  
  • Semiprecoce ou normal: entre 120 e 145 dias;  
  • Tardio: maior que 145 dias.  

No entanto, é importante ressaltar que essa representação em dias é apenas uma aproximação, já que na verdade a duração do ciclo é em função da soma térmica acumulada, representada por graus-dia (G.D.).  

Assim, tem-se a quantidade de energia térmica necessária para cada etapa do ciclo da cultura.  

O cálculo do acúmulo de G.D. leva em consideração os limites térmicos que afetam o crescimento e desenvolvimento da planta, que são as chamadas temperaturas-base.  

Assim, o G.D. é estimado pela diferença entre a temperatura média do ar diária (°C) e a temperatura basal inferior ou superior diária de cada cultura.  

Para a cultura do milho, adota-se 8 °C como temperatura-base inferior e 44 °C a temperatura-base superior (KINIRY, 1991). 

GDU = ((Temp max + Temp mín)/2) – 10 

Se a temperatura mínima estiver abaixo de 10° C, use 10° C na equação. Se a temperatura máxima é acima de 30 ° C, use 30° C na equação. 

pois a quantidade de GD exigida pela planta de milho para completar os subperíodos de desenvolvimento, em condições de temperaturas entre 10 °C e 30°C, tende a ser constante (Gomes, 1991). Desta forma, o método de GD, tem discriminado com maior precisão, as cultivares de milho por categoria de ciclo, ou seja, cultivar de ciclo superprecoce, precoce e normal. 

Em geral, plantas de milho de ciclo superprecoce apresentam soma térmica de 780 a 830 G.D.; o ciclo de um híbrido semiprecoce, ou normal, tem exigência térmica correspondente a 831 a 890 G.D.; enquanto para híbridos tardios, a soma térmica seria de 891 a 1220 G.D.  

Também ressaltamos que o período de duração do ciclo será variável em função do ambiente de cultivo. 

Por que utilizar um milho superprecoce? 

Para o plantio na safra, híbridos superprecoces podem ser uma opção interessante para os agricultores, principalmente quando se tem interesse de plantar outra cultura subsequente. 

Outro ponto é que os híbridos superprecoces permitem cultivo com maior densidade de plantio em relação a híbridos tardios para expressarem seu máximo rendimento. Isso ocorre porque esses híbridos, normalmente, possuem plantas de menor altura e menor massa vegetativa.  

Essas características determinam um menor sombreamento dentro da cultura, possibilitando um menor espaçamento entre plantas para melhor aproveitamento de luz.  

As vantagens do plantio de milhos superprecoces no Brasil 

Já vimos alguns benefícios gerias, mas especificamente no Brasil, o híbrido de milho superprecoce surge como uma boa opção para o escalonamento de plantio, com a estratégia de evitar ou minimizar condições climáticas adversas, por exemplo, na safrinha do cerrado, onde o período seco pode ocorrer na época de floração e enchimento de grãos. 

A superprecocidade de produção é essencial no plantio de verão da região Sul do Brasil, para que os impactos dos veranicos de dezembro e janeiro, bem como as geadas que ocorrem na safra de inverno, sejam amenizados.  

Ainda, híbridos superprecoces são fundamentais no plantio do Nordeste do Brasil, onde as chuvas são escassas e por um período curto.  

Híbridos de milho superprecoce 

Para o mercado de grãos ou silagem de grão úmido, a Biomatrix possui o híbrido superprecoce BM 930, com as tecnologias VT PRO2TM ou VT PRO3®, que apresenta ampla adaptação, com elevado potencial produtivo e estabilidade de produção.  

Ainda na linha de grãos ou silagem de grão úmido, o híbrido superprecoce BM 970, com a tecnologia Agrisure Viptera 3, proporciona elevada resposta ao investimento com ampla adaptação de cultivo.  

Em relação ao mercado de silagem, a Biomatrix oferece o híbrido superprecoce BM 3073 VIP3, recomendado para silagem de planta inteira, silagem de grão úmido e silagem Snaplage.  

Cuidados no cultivo de milho superprecoce 

O conhecimento do desenvolvimento da cultura em função das exigências climáticas, é fundamental para alcançar altas produtividades.  

Portanto, é necessário conhecer as condições ambientais de cada local para saber a melhor época de plantio, adequando o posicionamento dos híbridos de modo a atender a demanda da região, e assim conseguir a maior expressão do potencial produtivo. 

Além disso, lembre-se que pelo fato de o ciclo ser menor devemos ter atenção redobrada para fazer os manejos nos momentos corretos da cultura, especialmente na adubação e manejo fitossanitário

Conclusão 

O uso de milhos superprecoces é uma boa alternativa aos produtores para ajustar o cronograma de plantio, otimizando a área plantada, além das inúmeras outras vantagens que citamos aqui. 

Porém, esse ciclo mais rápido também traz alguns cuidados. Por isso, atente-se para os pontos que citamos aqui, como a melhor época de plantio para sua região e a realização dos manejos nos momentos corretos da cultura de milho. 

Referências Bibliográficas 

*Colaboração de Everton Vieira de Carvalho, Engenheiro Agrônomo e Mestre em Ciências Agrárias pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Doutor em Agronomia (Produção Vegetal) pela Universidade Estadual Paulista (UNESP/FCAV). 

CRUZ, J. C. et al.. Sistemas de Produção: Cultivo do Milho. 2010. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/27037/1/Plantio.pdf. Acesso em 23 de nov. 2021. 

FERREIRA, L. F.; RESENDE, J. S. A cultura do milho. 2000. Disponível em: https://www.emater.mg.gov.br/doc/site/serevicoseprodutos/livraria/Culturas/Cultura%20do%20Milho.pdf. Acesso em 23 de nov. 2021. 

FORNASIERI FILHO, D. Manual da cultura do milho. Jaboticabal: FUNEP, 2007. 576 p. 

KINIRY, J. R. Maize physics development. In: HANKS, J.; RITCHIE, J. T. (Ed.). Modeling plant and soil systems. Madison: ASA-CSSA-SSSA, 1991. p. 55-71. (Agronomy monographs, 31). 

PINTO, G. O. A.; SOARES, D. A.; OLIVEIRA JUNIOR, A. de; SIBALDELLI, R. N. R.; GONÇALVES, S. L.; MERTZ-HENNING, L. M.; NEPOMUCENO, A. L.; NEUMAIER, N.; FARIAS, J. R. B. Soma térmica na determinação do desenvolvimento fenológico de milho superprecoce. In: JORNADA ACADÊMICA DA EMBRAPA SOJA, 13., 2018, Londrina. Resumos expandidos… Londrina: Embrapa Soja, 2018. 

SILVA, W. J. D.; SANS, L.; MAGALHÃES, P.; DURÃES, F. Exigências climáticas do milho em sistema de plantio direto. Informe Agropecuário, v. 27, n. 27, p. 14-25, 2006. 

WAGNER, M.V.; JADOSKI, S.O.; LIMA, A.S.; MAGGI, M.F.; POTT, C.A.; Avaliação do ciclo fenológico da cultura do milho em função da soma térmica em Guarapuava, Sul do Brasil. Revista Brasileira de Tecnologia Aplicada nas Ciências Agrárias, v. 4, n. 1, p. 135-149, 2011. 

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