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Deficiência de fósforo no milho: identifique e faça o manejo

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Deficiência de fósforo no milho: como identificar os sintomas e incrementar os níveis de fósforo no solo para minimizar prejuízos e garantir maior rentabilidade. 

A manutenção do potencial produtivo da cultura do milho e a obtenção de melhores retornos econômicos dependem da disponibilidade de nutrientes em níveis adequados a cultura. 

O milho é menos exigente em fósforo (P) do que em nitrogênio (N) e potássio (K), no entanto o P é um dos nutrientes mais limitantes para a produtividade devido ao baixo suprimento pelo solo. 

Compreender a importância do P na produção de milho e como manter níveis adequados desse nutriente no solo é essencial para manter elevado potencial de rendimento. 

A seguir você irá entender quais são as funções do P na produção de milho, os sintomas de deficiência de fósforo e como adubar P no milho. Confira! 

Qual a função do fósforo no milho? 

O P é fundamental no metabolismo das plantas, pois desempenha papel importante no armazenamento e transferência de energia da célula, na respiração e na fotossíntese.  

Possui também funções estruturais, sendo constituinte dos ácidos nucléicos, bem como de muitas coenzimas, fosfoproteínas e fosfolipídeos. 

O P fornecido adequadamente para o milho resulta em maior desenvolvimento das raízes, fortalecimento do colmo, melhor qualidade dos grãos, maturidade uniforme e maior produção de grãos. 

Deve-se disponibilizar P desde o início do ciclo vegetativo, pois a sua falta pode causar restrições no desenvolvimento, das quais a planta de milho não se recupera posteriormente. 

O fornecimento adequado de P é, portanto, fundamental para o ótimo desenvolvimento e rendimento da cultura desde os estádios iniciais de crescimento da planta. 

Sintomas de deficiência de fósforo em plantas de milho 

Uma planta de milho sadia tem suas folhas com coloração verde escura brilhante. Essa coloração mostra altos níveis de clorofila, necessários para o crescimento e o desenvolvimento da planta. 

Estresses ou deficiências de nutriente irão alterar a coloração e diminuir a produção de açúcar, impactando negativamente no crescimento e desenvolvimento da planta (BERGER, 1993). 

Examinar e reconhecer sintomas de deficiências na cultura do milho é parte importante do manejo da cultura. 

Vale ressaltar que os sintomas visuais são geralmente observados quando a deficiência é mais acentuada. Quando a deficiência está no começo ocorre menor crescimento e menor produção, porém a planta pode não apresentar sintomas típicos. 

A deficiência de fósforo é geralmente visível em plantas jovens de milho e ocorre inicialmente nas folhas mais velhas, uma vez que o P é móvel no floema.  

As folhas apresentam coloração inicial verde escura (mais que o normal) e depois avança para uma coloração arroxeada (acúmulo de antocianinas) nas pontas e margens do limbo foliar, podendo se estender até o colmo (VERGÜTZ et al., 2017). 


Fonte: INPI (2021). 

É importante dizer que baixas temperaturas podem causar sintomas similares no milho, ainda que não haja deficiência de fósforo. Isso ocorre devido a distúrbios no metabolismo. 

Além dos sintomas foliares, as plantas de milho com deficiência de fósforo geralmente apresentam redução de crescimento, sistema radicular superficial, colmos frágeis e finos e espigas pequenas e frequentemente retorcidas e com grãos pouco desenvolvidos (BERGER, 1993). 

Como adubar fósforo no milho? 

Para a obtenção de altas produtividades de milho, o primeiro passo consiste na obtenção de solos com fertilidade construída. 

Para isso deve-se realizar operações como adubações corretivas com P. 

A análise do solo é o instrumento que orienta na definição de quanto de P precisa ser aplicado em uma determinada situação. 

Tendo como referência os níveis críticos de P sugeridos para uma determinada região é possível confrontar os resultados da análise e, prosseguindo com consultas a tabelas e/ou fórmulas chegar às quantidades de P mais apropriadas a cada caso. 

Adubação corretiva para o milho

Os solos brasileiros, especialmente no Cerrado, caracterizam-se pela baixa fertilidade natural de P, podendo ser necessário a aplicação de elevada quantidade desse nutriente e sendo possível ocorrer deficiência de fósforo nas plantas. 

Para isso, pode-se adotar dois sistemas de adubação: correção total com manutenção do nível atingido e correção gradual, com aplicações anuais, preferencialmente no sulco de plantio. 

A adubação fosfatada corretiva (fosfatagem) visa elevar a disponibilidade de P do solo para a classe “adequada”, saturando os sítios de adsorção de P e transformando o solo em uma fonte de P. 

A interpretação do teor de fósforo dos solos, pode ser realizada pelos métodos da resina e Mehlich-1, sendo este condicionado ao conhecimento dos teores de argila do solo. 

Nos solos do Cerrado, para cultivo de milho grãos em sequeiro, sugere-se elevar o teor de P ao limite inferior da classe adequada, considerando os seguintes níveis de P: 

Interpretação da análise de fósforo nos solos do Cerrado pelos métodos da resina trocadora de íons e Mehlich-1, com base em amostras de solo coletadas na camada de 0 cm a 20 cm, para recomendação de adubação fosfatada em sistemas de sequeiro para culturas anuais. 

A dose de fertilizante fosfatado a ser aplicada com o intuito de alcançar o teor de P mencionado anteriormente pode ser estimada pelo método baseado na capacidade tampão de P no solo (CTP). 

Valores da capacidade tampão de fósforo (CTP) do solo com a finalidade de determinar a dose do fertilizante fosfatado utilizado na adubação corretiva de culturas anuais nos solos do Cerrado, em função do teor de argila no solo, para os métodos Mehlich-1 e resina. 

Assim, conhecendo-se o teor atual de P no solo, a dose de P2O5 a ser aplicada na adubação de correção pode ser calculada com a seguinte equação (SOUSA et al., 2006): 

Dose de P (kg ha-1) de P2O5) = (Teor desejado de P – Teor atual de P) x CTP 

Adubação fosfatada de manutenção para o milho 

A adubação fosfatada de manutenção é utilizada com o objetivo de manter, em níveis adequados, os teores de fósforo no solo.  

Para essa adubação deve-se ter em mente a produtividade almejada para a cultura do milho. Isso pois a demanda nutricional da cultura aumenta à medida que se busca produtividades mais elevadas. 

Para a cultura do milho, tendo como referência uma exportação de 5 kg de P2O5 por tonelada de grãos, recomenda-se aplicar as seguintes doses de P: 

Recomendação de adubação de manutenção de acordo com a classe de disponibilidade de fósforo no solo e produtividade almejada para a cultura do milho na região do Cerrado. 

Conclusão 

O P é essencial para a planta de milho e o fornecimento em níveis adequados desse nutriente no solo é necessário para manter elevado potencial de rendimento. 

Nesse artigo, você pôde entender melhor a dinâmica de P nas plantas de milho e como adubar P no milho para obter melhores produtividades. 

Espero que com essas dicas você consiga melhorar o manejo de P em sua propriedade e assim, extrair o máximo potencial dos híbridos da Sementes Biomatrix. 

Bibliografia 

 *Colaboração de Frederico Dellano Souza Silva – engenheiro agrônomo (IFNMG), mestre em Produção Vegetal (UFV) e doutor em Fitotecnia (UFLA); Coordenador de Serviços Técnicos da Sementes Biomatrix. 

BERGER, K.C. Seja o doutor do seu milho. Informações Agronômicas Nº 63. International Plant Nutrition Institute – IPNI, 1993. 

IPNI. International Plant Names Index. Image Archive. Disponível em: <https://media.ipni.net>. Acesso em: 25 ago. 2021. 

SOUSA, D. M. G. de; LOBATO, E.; REIN, T. A. Adubação com fósforo. In: SOUSA, D. M. G. de; LOBATO, E. (Ed.). Cerrado: correção do solo e adubação. 2. ed. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2004. p. 147-168.  

SOUSA, D. M. G. de; LOBATO, E.; REIN, T. A. Recomendação de adubação fosfatada com base na capacidade tampão de fósforo do solo para a região do Cerrado. In: Reunião Brasileira de Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas, 27., 2006, Bonito. Resumos expandidos… Dourados: Embrapa Agropecuária Oeste, 2006.  

VERGÜTZ, L; NOVAIS, R. F; VALADARES, R. V. Recomendação de Corretivos e Adubação. In: GALVÃO, J. C. C.; BORÉM, A.; PIMENTEL, M. A (ed.). Milho do Plantio à Colheita. 2ª Ed. Viçosa, MG: Editora UFV, 2017. Cap. 5. p. 107-138. 

Você já conhecia todas essas informações sobre a deficiência de fósforo no milho? Ficou alguma dúvida? Deixei seu comentário abaixo! 

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