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Colheita de milho: pontos para melhorar sua safra

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Colheita de milho: qual o ponto ideal, modelos de colhedoras, quais as perdas que podem ocorrer e como iniciar o planejamento da colheita. 

A colheita de milho grão (safra ou safrinha) é uma das fases mais importantes para que o produto colhido tenha um bom padrão de qualidade final.  

Para que tudo ocorra bem, é preciso adotar procedimentos e ficar atento ao planejamento, modelos de colhedoras, escolha do híbrido e outros fatores que afetam diretamente a colheita de milho grão. 

Neste artigo veremos todos esses pontos em detalhes para que você consiga êxito entregando seu produto com o máximo do potencial da lavoura, sem perdas significativas e garantindo a qualidade final do produto. 

O que devo levar em consideração para planejar minha colheita de milho? 

Para conseguir executar a colheita com qualidade e tempo hábil devemos levar em consideração alguns aspectos limitantes no momento da colheita: 

  • Área total plantada; 
  • Data de plantio; 
  • Estimativa de produção de cada gleba; 
  • Número de dias para colheita; 
  • Número de colheitadeiras; 
  • Distância do local de armazenamento; 
  • Número de carretas para transporte; 
  • Velocidade de colheita; 
  • Número de horas de colheita por dia; 
  • Teor de umidade; 
  • Capacidade de secagem; 
  • Capacidade de silo de armazenamento. 

Deve-se levar em consideração todos estes fatores antes de liberar os plantios das glebas, pois eles são fatores limitantes em uma propriedade que poderão influenciar na qualidade final do produto. 

O que devo fazer para melhorar o rendimento e qualidade de colheita? 

Para melhorar eficiência de colheita as áreas devem ser divididas em glebas deixando carreadores para facilitar o acesso das carretas e facilitar a descarga das colhedoras.  

A divisão em glebas é de suma importância, pois conseguimos separar a desuniformidade de condições de campo, conseguindo ser mais assertivos nas estimativas de produção, assim otimizando transporte e utilização de colheitadeiras. 

É também necessário que a escolha da colheitadeira seja de acordo com a produção do negócio rural e que tenhamos uma boa regulagem. Isso vai garantir um melhor desempenho na colheita, otimizando o equipamento sem que ocorra perdas de produtividade, além de garantir a qualidade dos grãos. 

Quais os tipos de colheitadeiras e como funcionam? 

Colheitadeira cilindro helicoidal 

Colheitadeira de cilindro helicoidal – São modelos de colheitadeiras que é necessário ser acopladas no trator, tem uma debulha eficiente, mas não tem regulagem de variação de rotação, passam muito atrito para o grão. 

Colheitadeira radial ou convencional 

O coração do sistema de colheita é formado pelo cilindro e o côncavo que exige muita atenção na regulagem. Sendo que o cilindro ideal para colheita de milho é utilizado o de barras, onde é regulado de acordo com o diâmetro das espigas, possuem uma maior perda de grãos e maior dano mecânico. 


Modelo de sistema radial 

Colheitadeira axial 

A trilha e a separação ocorrem em um só conjunto, a trilha acontece por compressão da massa colhida, e a separação por força centrífuga. Este modelo proporciona alta qualidade de grãos, pois não há necessidade de muita pressão sobre o grão para debulha. 

Modelo de sistema axial 

Colheitadeira axial de duplo rotor 

Tem uma maior capacidade de debulha e separação, favorece a qualidade de grãos reduzindo perdas e danos pois tem uma debulha mais suave. A passagem da palha para o sem fim do rotor é mais suave alternando os sentidos opostos e padronizando o fluxo do material para os rotores. 


Modelo de sistema axial de duplo rotor 

Colheitadeira híbrida 

As plantas são trilhadas no cilindro, como no sistema convencional e separadas por um sistema de duplo rotor que está montado no sentido do eixo longitudinal da colheitadeira. A palha flui ao redor do eixo do rotor.  

Esse sistema possibilita uma maior suavidade no processo de separação e no fluxo da palha, assim a máquina consegue desenvolver uma maior velocidade e, consequentemente, maior produtividade. 

Modelo de colhedora híbrida 

Recolhedoras de espigas 

Muito utilizada para colheita de espigas em áreas produtoras de semente de milho híbrido. Colhem espigas sem despalha, logo a palha protege os grãos reduzindo o dano mecânico. As espigas são condicionadas em uma caçamba basculante para facilitar a descarga. 

Fonte: Carlos Eduardo Gonçalves da Silva 

Perdas na colheita de milho 

Existem quatro tipos de perdas: 

Pré-Colheita 

Este tipo de perda ocorre sem intervenção da colheitadeira. Para isso, deve ser avaliada antes de iniciar a colheita mecânica, observando se o híbrido apresenta problemas de quebramento do colmo, acamamento. 

Plataforma 

As perdas que ocorrem na plataforma são a maior causa de perdas na colheita.  

Elas poderão ter origem na: 

  • Regulagem da máquina; 
  • Uniformidade e altura de inserção da espiga; 
  • Adaptação do híbrido; 
  • Quebramento de plantas; 
  • Velocidade de colheita; 
  • Altura da plataforma; 
  • Regulagem de espaçamento entre bocas; 
  • Regulagem das chapas de bloqueio da espiga. 

Se as perdas são de grãos soltos, então isso está relacionado com a regulagem da máquina. O rolo espigador pode estar recebendo um fluxo menor de plantas ou a chapa de bloqueio pode estar um pouco aberta, passando as espigas menores que o padrão.  

Também pode ocorrer perdas de grãos soltos na separação no saca palha quando ocorre sobrecarga, peneira superior ou inferior pouco fechadas, ventilador com alta rotação e sujeira nas peneiras. 

Quando as perdas são de grãos nos sabugos é porque ocorre a quebra do sabugo antes da debulha, o que é decorrente da má regulagem do cilindro e côncavo, velocidade do cilindro do debulhador, barras do cilindro avariadas e côncavo torto. 

O que devo fazer para garantir a qualidade final do milho grão? 

Fatores como escolha do híbrido de milho, região de cultivo, época de colheita escolha da colhedora e regulagem são essenciais para garantir a qualidade final do produto. 

A escolha do híbrido é de fundamental importância, pois devem ser escolhidos materiais com maior adaptabilidade ao solo e clima, estabilidade, uniformidade, resistência a pragas e doenças, resistência a danos mecânicos. 

Híbridos decumbentes favorecem a qualidade final do produto, pois a espiga curva-se para baixo diminuindo a entrada de água de chuva. 

Materiais de grãos mais duros e com bom empalhamento das espigas favorecem uma melhor qualidade pós-colheita, pois o bom empalhamento protege a ponta da espiga, evitando entrada de água, danos de insetos e fungos que favorecem a ocorrência de grãos ardidos. 

Sementes Biomatrix possui diversos híbridos para produção de grãos com as características acimas indicadas, como o BM 880 PRO3 e BM 970 VIP3

Ponto de colheita de milho grão: qual a melhor umidade para colher o milho? 

O milho após atingir sua maturação fisiológica está pronto para iniciar a colheita. Isso acontece quanto 50% dos grãos da espiga apresenta uma pequena mancha preta/ marrom no ponto de inserção com o sabugo. Quando é necessário a antecipação da colheita, podemos iniciar a colheita neste ponto. 

Quando a estação do ano e clima estão favoráveis para que ocorra a secagem natural a campo, não há a necessidade de antecipação de colheita, não comprometendo a qualidade final do grão devido a condições climáticas, assim a colheita deve ser realizada quando o teor de umidade estiver entre 18 a 20%, onde os grãos devem ser enviados para secadores e secar até 13% de umidade. 

Verificação visual da mancha preta/marrom no ponto de inserção, identificando a maturação fisiológica que ocorre por volta de 35% de umidade 
Fonte: Ueder Peres Oliveira 

Outro fator que vai influenciar na decisão da umidade a ser colhida é o preço do milho na época de colheita, já que o preço pode ser fator limitante no momento da decisão. Assim, muitas vezes é necessário que o produtor deixe o produto no campo e espere a umidade segura de 13 a 14% para iniciar a colheita, não necessitando de secagem. 

Para deixar o produto secar no campo naturalmente, deve-se atentar a ataque de pragas e doenças. Também dependendo da estação do ano na região de produção, as chuvas no final de ciclo podem comprometer a qualidade do produto. 

Qual a velocidade ideal de colheita de milho? 

A velocidade ideal é calculada em função da produtividade do milho e a capacidade da colhedora em processar a massa que é colhida juntamente com o grão. Assim, a velocidade de colheita varia de 4 a 6 km/h, sendo que a faixa de trabalho é medida em t/h.  

É primordial fazer o levantamento de perdas no campo que não poderá passar de 1,5 sacos/ha para o milho. 

Outro fator de grande importância é ficar atento a mato competição (plantas daninhas na área), especialmente quando decidimos pela secagem natural no campo. 

Isso porque, aumentando a incidência destas plantas, podemos ter complicações no processo de colheita, podendo ocorrer embuchamento com plantas daninhas que impedem o bom desempenho das colhedoras. 

Veja mais: Adubo para milho: entenda como obter maior eficiência 

Conclusão 

Aqui vimos como realizar um bom planejamento da colheita, sempre considerando os aspectos limitantes no momento dessa operação, a escolha de híbrido de milho e a fitossanidade da lavoura. 

Também foi possível perceber a importância do momento ideal e umidade da colheita, escolhendo uma colheitadeira compatível, bem regulada e que não danifique os grãos. 

Agora você pode empregar todas essas técnicas em sua propriedade para auxiliar na garantia da produção de sua lavoura, reduzindo perdas e aumentando a qualidade do produto. 

Referências   

*Colaboração de: 
Ueder Peres Oliveira, engenheiro agrônomo, mestre em Defesa Sanitária Vegetal. 

EMBRAPA. 2015. Cultivo do milho: colheita e pós-colheita. Sistema de Produção, 1. 

PINHEIRO, P.P. Opções para colher bem. Cultivar Máquinas 141.   

Como você faz sua colheita de milho hoje? Ficou alguma dúvida ou tem sugestões? Deixa seu comentário abaixo! 

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